O excesso de peso está na origem ou contribui para o desenvolvimento de várias doenças, em particular do sistema circulatório, as principais responsáveis pela perda de qualidade de vida e, em casos mais graves a morte.
Manter um peso adequado não é só importante para a saúde física, mas também para a saúde mental. Para muitas pessoas controlar o peso pode ser apenas uma questão de estética, já para outras de saúde.
Quer seja para se manter mais saudável ou mais em forma é importante avaliar e respeitar o próprio corpo, tendo sempre em atenção vários hábitos e estilos de vida saudáveis.
O excesso de peso e a obesidade é um problema recorrente em Portugal.
Segundo os dados do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF, 2015) estima-se que 67,6% dos portugueses têm excesso de peso ou sofrem de obesidade, sendo a prevalência de obesidade de 28,7%.
Em 2019, 29,7% das crianças apresentavam excesso de peso, dessa percentagem, 11,9% refere-se a casos de obesidade infantil. Estes dados têm como fonte os Infográficos INSA e o Relatório de 2019 do Sistema de Vigilância Nutricional Infantil – COSI Portugal .
Destes dados percebemos que mais de metade da população adulta portuguesa possui um peso que pode colocar em risco a sua saúde e pelo menos ¼ das crianças possui a mesma condição.
Apesar dos estudos indicarem que a tendência para este tipo de condições está a diminuir, especialmente nos casos infantis, o excesso de peso e a obesidade, continuam a causar várias condições de saúde, quer físicas, quer psicológicas.
Por isso, é importante perceber o que pode causar esta condição, qual o peso ideal para cada indivíduo e como podemos alcançá-lo e mantê-lo de forma saudável.
Existem várias causas para o excesso de peso e a obesidade. No entanto, o sedentarismo e o consumo exagerado de alimentos ricos em gordura e açúcar são as mais comuns.
O consumo excessivo de alimentos calóricos, como massas, doces e fast food, em conjunto com um estilo de vida desprovido de exercício físico regular, origina um acumular de energia, que não é utilizada e se transforma em gordura.
Existem outros fatores associados ao excesso de peso e à obesidade, tais como distúrbios hormonais, que incluem casos de hipotiroidismo, a síndrome do ovário policístico e alguns problemas psicológicos, como o stresse, a ansiedade e a compulsão alimentar.
Alguns medicamentos também podem ter como efeitos secundários que fazem com que o paciente desenvolva excesso de peso.
A obesidade pode ser classificada de acordo com a localização e distribuição da gordura pelo corpo:
Para perceber se está ou não com excesso de peso, pode fazer-se o cálculo do IMC.
A hipertensão é 2,5 vezes mais frequente em indivíduos obesos do que em pessoas com peso normal.
Perder peso ajuda a reduzir os níveis de açúcar, os triglicerídeos e ajuda a equilibrar os níveis de colesterol.
Oito em cada dez obesos sofrem de diabetes tipo 2. Ter um perímetro abdominal superior a 100 cm eleva o risco de diabetes em 3,5 vezes.
Apesar da genética possuir uma grande relação com esta doença, a obesidade surge, a seguir, como principal causa da diabetes tipo 2. A acumulação de tecido adiposo, sobretudo na zona abdominal, afeta a normal transformação da glicose (açúcar) em energia e origina a resistência à insulina. O aumento da glicose circulante conduz, frequentemente, ao desenvolvimento desta doença.
Esta doença tem aumentado gradualmente e estima-se que, atualmente, afete 200 milhões de adultos e crianças em todo o mundo. De acordo com um estudo realizado por investigadores da universidade de Bristol, por cada unidade de IMC a mais, a probabilidade de desenvolver asma aumenta para 55%, nas crianças.
Apesar de não existir uma explicação evidente para a asma, sabe-se que a reação inflamatória provocada pela leptina — substância produzida pelo tecido adiposo (gordura), tal como elevados níveis de colesterol, aumentam o risco de asma nas crianças.
As pessoas obesas também desenvolvem com mais frequência síndromes respiratórias e sentem mais dificuldade em controlar os seus sintomas.
A prevalência desta doença situa-se, por norma, nos 15%, no entanto, entre as pessoas obesas, sobe para 65% e atinge os 85% nos casos de obesidade mórbida. Em cerca de 20% dos casos, o problema evoluiu para cirrose hepática.
A esteatose é também chamada de “doença hepática gordurosa não-alcoólica”, quando a sua origem não está relacionada com o consumo de álcool. Esta doença causa a infiltração do interior das células do fígado por partículas microscópicas de gordura.
O risco de apneia, associado à obesidade, aumenta em quase 50%. A prevalência da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é de 25% em pessoas com peso normal e de 40 a 45% entre os obesos.
A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono, origina uma excessiva sonolência diurna, capaz de perturbar a capacidade de raciocínio e avaliação, aumentado o risco de acidentes de viação ou de trabalho.
Esta doença é caracterizada por falhas irregulares das vias respiratórias superiores durante a noite, que provocam vários despertares e desequilibram os níveis de oxigénio no sangue.
De acordo com um estudo realizado em 2014 pelo Centro Internacional de Investigação sobre o Cancro — uma agência da OMS, o excesso de peso e a obesidade são responsáveis por meio milhão de novos casos de cancro por ano. Este valor representa cerca de 481 mil (3,6%) dos novos casos de cancro em adultos registados em 2012.
Desconhece-se a relação entre o tecido adiposo e o desenvolvimento de tumores, mas, segundo o American Institute for Cancer Research (AICR) , a obesidade é um grande fator de risco, sobretudo nos cancros do endométrio (49%), esófago (35%), pâncreas (28%), rim (24%), vesícula (21%), mama (17%) e cólon e reto (9%).
Cerca de 60% dos pacientes com obesidade sofrem de algum distúrbio psiquiátrico, sendo os mais comuns os transtornos de humor, como a depressão e a compulsão alimentar. Estas, tanto podem originar casos de obesidade, ou serem originadas pelo excesso de peso.
O peso ideal é determinado em função da altura de cada indivíduo, através do índice de massa corporal, ou mais conhecido por IMC.
Este índice é calculado através da divisão do peso pelo valor da altura ao quadrado, como está demonstrado nesta fórmula
IMC = Peso ÷ (Altura × Altura)
A partir de valores de referência é possível usar o IMC como ferramenta para avaliar a própria saúde e identificar possíveis riscos.
No entanto, um valor isolado de IMC é insuficiente para perceber se possui um peso ideal. O resultado deve ser comparado com as tabelas de referência da Organização Mundial de Saúde (OMS), que dividem os diferentes valores, associando-os a uma classificação (Baixo Peso, Peso Normal, Excesso de Peso e Obesidade). Só assim é possível identificar se está com um peso adequado à sua altura.
A OMS define como peso normal um resultado de IMC entre 18,5 e 24,9. Se o índice resultar num valor acima dos anteriores, a pessoa tem excesso de peso. Quando o IMC ultrapassa os 30 já se caracteriza como obesidade, e obesidade mórbida, quando ultrapassa os 40.
Para manter um peso saudável é necessário adotar uma estratégia que funcione a longo prazo e a mais adequada para si.
As dietas de emagrecimento, apesar de trazerem resultados rápidos, apenas trazem resultados momentâneos. No entanto, o seu corpo necessita de um longo período de adaptação para reajustar o seu ponto estável.
Durante este percurso, deverá:
A chave para perder peso e não voltar a ganhá-lo é estabelecer objetivos realistas e que funcionam para si. Procure a ajuda de um profissional de saúde para elaborar o plano mais adequado à sua situação.
A olhar por gerações
De segunda a sexta-feira em Faro
“Autorizado a disponibilizar medicamentos não sugeitos a receita médica através da internet pelo Infarmed, I.P.”
A olhar por gerações
“Autorizado a disponibilizar medicamentos não sugeitos a receita médica através da internet pelo Infarmed, I.P.”
Aberto 24h
365 dias
* Chamada para a Rede Fixa Nacional
De segunda a sexta-feira em Faro