Portugal chegou a ser dos países da Europa que mais consumia antibióticos. Uma situação que levou algum tempo a inverter, mas dados recentes da Direção-Geral da Saúde revelam uma redução acentuada a partir de 2020, devido à pandemia. No entanto, os especialistas defendem que ainda há muito a fazer, para que não se deem passos atrás. Sem dúvida que uma das formas é melhorando o conhecimento sobre a utilização destes medicamentos. Neste artigo, aprofundamos este assunto.
O primeiro antibiótico a surgir foi a penicilina, tendo sido descoberta por Alexander Fleming em 1928. Desde então, têm sido descobertos muitos antibióticos, que procuram destruir mais bactérias e minimizar os efeitos secundários.
Os antibióticos são medicamentos que tratam infeções causadas por bactérias, não atuando em infeções causadas por vírus, como é o caso das constipações ou da gripe.
Também não servem para tratar a febre ou as dores musculares, de cabeça ou de garganta. Para tal, utilizam-se medicamentos chamados antipiréticos, como o paracetamol, o ácido acetilsalicílico ou o ibuprofeno, entre outros.
As bactérias e os vírus existem por toda a natureza. O nosso corpo tem normalmente tantas bactérias quanto células humanas. A maioria não faz mal ou provoca apenas doenças ligeiras. Algumas bactérias, por exemplo, contribuem para o fabrico do queijo ou dos iogurtes.
As bactérias são seres vivos microscópicos, constituídos por uma única célula, multiplicando-se rapidamente, a cada 20 minutos. Os antibióticos podem bloquear a capacidade das bactérias se multiplicarem.
Os vírus são seres vivos mais simples, só visíveis ao microscópio eletrónico. Para se multiplicarem, precisam de infetar outras células. Os antibióticos não têm capacidade de atuar sobre os vírus.
Cada antibiótico é eficaz apenas contra determinadas bactérias. Ao escolher um antibiótico para tratar uma infeção, os médicos estimam qual é a bactéria que estará a causar a infeção.
Por exemplo, algumas infeções são causadas somente por determinados tipos de bactérias. Às vezes, um antibiótico é previsivelmente eficaz contra todas as bactérias que têm mais probabilidade de causar uma infeção e, portanto, outros exames podem não ser necessários.
Se as infeções puderem ser causadas por muitos diferentes tipos de bactérias ou por bactérias que não sejam previsivelmente suscetíveis a antibióticos, o médico pede a um laboratório que identifique a bactéria que está a causar a infeção a partir de amostras de sangue, urina ou tecido da pessoa.
As bactérias que causam a infeção são, então, testadas para conhecer a suscetibilidade a uma variedade de antibióticos. Os resultados desses testes demoram geralmente um ou dois dias e, assim, não ajudam na escolha inicial do antibiótico. Nesses casos, os médicos normalmente iniciam o tratamento com um antibiótico que seja eficaz contra as bactérias que muito provavelmente estão na origem da infeção. Após conhecidos os resultados, os médicos trocam o antibiótico, se necessário.
Os antibióticos que são eficazes em laboratório não o são necessariamente no organismo da pessoa infetada. A eficácia do tratamento depende de pessoa para pessoa, de outros medicamentos que esteja a tomar, outros problemas de saúde e a idade, e também dos seguintes fatores:
Ao selecionar um antibiótico, os médicos também consideram:
Quando tomamos um antibiótico, as bactérias existentes no nosso corpo que são sensíveis a esse antibiótico acabam por morrer.
Embora os médicos tentem usar antibióticos para infeções bacterianas específicas, às vezes começam com antibióticos sem esperar os exames que identificam a bactéria específica, fazendo com que a bactéria desenvolva resistência aos efeitos do antibiótico.
Os antibióticos estão agrupados em classes, dependendo da sua estrutura química, afetam o organismo de maneira diferente e podem ser eficazes contra bactérias diferentes.
Por outro lado, quando se multiplicam, algumas bactérias sofrem mutações que as tornam resistentes ao antibiótico. As bactérias filhas, que se vão multiplicando, também são resistentes, fazendo com que o antibiótico deixe de atuar.
Todos os antibióticos podem dar origem ao desenvolvimento de bactérias resistentes. Quanto mais um antibiótico for utilizado, maior será a probabilidade de vir a existir resistência à sua ação.
Os antibióticos não são apenas usados no tratamento de infeções nos humanos. Também são usados em animais, podendo assim estar presentes em quantidades pequenas nos produtos animais e vegetais.
Algumas bactérias são chamadas “multirresistentes” ou “superbactérias”, precisamente porque se tornaram resistentes a vários antibióticos. Estas “superbactérias” são de difícil tratamento e obrigam, geralmente, a internamento hospitalar. Para algumas delas, apenas existe um ou dois antibióticos eficazes. Noutros casos, atualmente ainda não existe tratamento.
As nossas bactérias podem modificar-se quando tomamos antibióticos para tratar infeções ou consumimos repetidamente alimentos contendo antibióticos.
Sempre que as nossas bactérias ganham uma resistência, torna-se necessário recorrer a um antibiótico mais forte para combater a próxima infeção. Tal, por sua vez, potencia uma nova resistência, dando início a um círculo vicioso.
Também podemos criar bactérias resistentes se contactarmos repetidamente com pessoas ou ambientes contaminados.
Ao viajarmos para certas zonas do planeta podemos também ficar com bactérias resistentes, mesmo que não sejamos internados. Por fim, podemos contrair essas bactérias se tivermos um contacto muito frequente com animais vivos que delas sejam portadores.
Há uma série de fatores potenciadores das bactérias resistentes. Eis algumas medidas que podemos adotar para evitá-lo:
A olhar por gerações
De segunda a sexta-feira em Faro
“Autorizado a disponibilizar medicamentos não sugeitos a receita médica através da internet pelo Infarmed, I.P.”
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